Dr. Alejandro Zoboli

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Síndrome Compartimental dos Membros Inferiores. Do Diagnóstico ao Tratamento.

Introdução:

A síndrome compartimental dos membros inferiores é uma condição potencialmente grave que ocorre quando a pressão dentro dos compartimentos musculares aumenta, comprometendo a circulação sanguínea e a função neurológica. Essa condição pode ser causada por lesões traumáticas, cirurgias, ou atividade física extenuante, e é mais comum em atletas, pacientes imobilizados ou em indivíduos com lesões traumáticas graves.

Como Classificar a Síndrome Compartimental:

Ela pode ser classificada em:

  • Aguda: normalmente fruto de lesões traumáticas graves (ex: fraturas, atropelamentos, esmagamentos, etc).
  • Crônica: normalmente decorrentes de práticas esportivas extenuantes (ex: corridas de longas distâncias) ou que permaneçam muito tempo em uma mesma posição (ex: ciclismo, motocross, etc). Geralmente são casos menos graves e não são urgências.

Quais as Causas da Síndrome Compartimental?

As causas da síndrome compartimental aguda dos membros inferiores incluem lesões, cirurgias, ou atividade física extenuante.

Lesões traumáticas, como fraturas, atropelamentos ou esmagamentos de membros, podem danificar os tecidos moles e causar o aumento da pressão no compartimento muscular. Cirurgias, como as realizadas nos membros inferiores, também podem causar aumento da pressão no compartimento muscular e levar a essa condição agudamente.

Atividade física extenuante, como corridas de longa distância ou outras atividades esportivas podem levar ao aumento da pressão no compartimento muscular afetado e levara síndrome compartimental crônica.

Como é Feito o Diagnostico?

O diagnóstico da síndrome compartimental aguda dos membros inferiores geralmente envolve a medição da pressão intra-compartimental, que pode ser feita usando um esfigmomanômetro ou um manômetro de pressão. Entretanto, isso quase nunca é utilizado na prática clínica. O diagnóstico normalmente é realizado através de uma boa história clínica (que inclua fatores de risco ou predisponente a desenvolver síndrome compartimental como traumas graves) e sinais e sintomas clínicos, como dor desproporcional e refratária a analgésicos fortes, edema importante, alterações da sensibilidade e diminuição ou ausência de pulso. Já, nos casos crônicos, além de uma boa história clínica e de um exame físico, a realização de um exame de ressonância nuclear magnética após uma situação de stress muscular (ex: após uma longa corrida em esteira) pode fazer o diagnóstico dessa doença.

Como Tratar a Síndrome Compartimental Aguda?

Fasciotomia da Perna.

Fasciotomia da Perna

O tratamento dessa condição geralmente envolve a liberação cirúrgica do compartimento afetado para aliviar a pressão e diminuir o impacto sobre os tecidos (fasciotomia). A cirurgia é geralmente realizada em regime de urgência (nos casos agudos), sob anestesia geral e é feita por meio de incisões no local afetado liberando todos os compartimentos musculares suspeitos de estarem acometidos.

Outras medidas (posteriores à cirurgia) incluem repouso, elevação do membro afetado e uso de medicações analgésicas.

Quais as Consequências da Síndrome Compartimental Aguda?

As sequelas da síndrome compartimental dos membros inferiores podem incluir dor, edema, fraqueza muscular e alterações da sensibilidade.

Além disso, a cirurgia pode levar a cicatrizes e a uma limitação temporária ou permanente da mobilidade do membro afetado. Em casos graves, pode haver perda de tecido muscular e até mesmo amputação do membro.

É importante que os indivíduos que apresentam sinais e sintomas suspeitos da síndrome compartimental dos membros inferiores procurem atendimento médico imediatamente. O tratamento precoce é essencial para evitar danos permanentes e para garantir uma recuperação completa.

Fonte: AAOS

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