Os entorses do tornozelo estão entre as mais comuns causas de atendimentos ortopédicos no pronto-socorro. Os seus desdobramentos mais comuns são as lesões ligamentares laterais, com pelo menos um dos seus ligamentos afetados em até 80% dos casos. Muito menos comuns que as lesões ligamentares laterais, as lesões da sindesmose tíbiofibular.
O que é a sindesmose tibiofibular?
A sindesmose tibiofibular corresponde a um conjunto de 4 ligamentos que mantém a articulação tibiofibular distal (articulação entre a tíbia e a fibula) congruente e bem posicionada, permitindo que o tornozelo tenha um movimento adequado.
Quais são os ligamentos que compões a sindesmose?
Os ligamentos que compões a sindesmose são:
- Ligamento tíbiofibular anterior (LTFA)
- Ligamento tíbiofibular posterior (LFTP)
- Ligamento tíbiofibular transverso inferior
- Ligamento interósseo e a membrana interóssea.
Como ocorre a lesão da sindesmose?
Os mecanismos mais comuns que provocam as lesões da sindesmose geralmente decorrem de traumas por rotação externa do tornozelo associada rotação interna da perna, podendo ocorrer também nos traumas em eversão ou em hiperdorsiflexão. Estas forças provocam o cisalhamento e alargamento da pinça maleolar, lesando a sindesmose.
Apesar de menos comuns, as lesões da sindesmose são mais mórbidas, exigindo maior tempo para reabilitação e mais tempo até retorno completo das atividades habituais e esportivas, além de frequentemente não diagnosticadas ao primeiro atendimento.
Como fazer o diagnóstico destas lesões?
Para o diagnóstico destas lesões, é importante a realização de um acurado exame físico. Os exames complementares de imagem surgem como ferramenta para detalhar e confirmar o diagnóstico, principalmente o exame de ressonância nuclear magnética. Assim, a ressonância aumentou a acurácia do diagnóstico das lesões da sindesmose, contribuindo para o aumento do número de lesões detectadas, no diagnóstico mais precoce e na melhor condução terapêutica, levando em consideração as características de cada paciente.
Outro exame que vem sendo utilizado cada vez mais é a Tomografia Computadorizada comparativa de ambos os tornozelos com stress. Através deste exame é possível avaliar se leões da sindesmose, mesmo que pequenas, apresentam instabilidade ao stress.
Lesionei a sindesmose. Como tratar?
Leões pequenas e estáveis mecanicamente, podem ser tratadas com um período de imobilização com botas imobilizadoras ou estabilizadores de tornozelo, uso de medicações analgésicas e anti-inflamatórias, gelo e reabilitação fisioterápica.
Lesões maiores e/ou instáveis, tem indicação de tratamento cirúrgico para inspeção da sindesmose, redução desta articulação (colocação no lugar anatômico, original) e fixação da mesma com parafusos ou dispositivos específicos.
Caso apresente suspeita ou confirmação de uma lesão na sindesmose é importante procurar um Ortopedista Especialista em Pé e Tornozelo para ter as orientações adequadas e poder realizar o tratamento da melhor forma possível.