As dores nos ossos dos sesamóides são causas extremamente comuns de incômodo na região plantar do primeiro dedo, sendo a principal causa a sesamoidite. Existem diversos diagnósticos diferenciais para a dor nessa região do pé e cada uma delas apresenta alguma particularidade no diagnóstico e tratamento.
Anatomia dos Sesamóides:
Possuimos 2 ossos sesamóides: o sesamóide medial (tibial) e o sesamóide lateral (fibular). Esses ossos ficam posicionados abaixo da cabeça do 1º metatatarso (primeiro dedo), “âncorados” pelo tendão flexor curto do hallux e separados por uma crista óssea.
Os ossos sesamóides possuem uma vascularização muito delicada e muito dos problemas deles são relacionados a essa pobre vascularização.
A função dos sesamóides é distribuir melhor a carga no primeiro dedo, aumentar a eficiência mecânica e auxiliar na estabilidade do primeiro dedo.
O que é a Sesamoidite?
A sesamoidite corresponde a inflamação de um ou dos dois ossos sesamóides. Normalmente o sesamóide medial (tibial), por apoiar maior carga, acaba sendo o osso mais acometido.
A sesamoidite se caracteriza por dor na região plantar da cabeça do primeiro metatarso, que é agravada quando o uso de calçados flexíveis, saltos altos ou em situações onde o paciente fique muito em ponta de pé, realize saltos ou fique agachado.
As situações acima descritas aumentam consideravelmente a pressão sobre os sesamóides e levam ao desenvolvimento da inflamação nos sesamóides com os sintomas de dor local e incapacidade funcional (dificuldade para caminhar e correr).
Como fazer o Diagnóstico da Sesamoidite?
O diagnóstico da sesamoidite se baseia na história do paciente e em exames de imagem.
Na história do paciente é importante avaliar:
– Tempo de dor
– Fatores de melhora e piora (ex: piora ao andar descalço)
– Calçados utilizados pelo paciente (ex: calçados flexíveis ou com salto)
– Tratamentos prévios realizados
Os exames de imagem que podem auxiliar para o diagnóstico de sesamoidite são:
– Radiografias: normalmente utilizadas como primeira opção de exames de
imagem. Conseguem avaliar se há fraturas nos sesamóides, artrose dos sesamoides ou se há sesamoide bipartido.
– Ressonância Magnética: exame padrão ouro para o diagnóstico de sesamoidite. Neste exame é possivel avaliar se o sesamoide apresenta algum processo imflamatório, alguma fratura ou algum sinal de necrose ósesa.
Diagnósticos Diferenciais:
Os diagnósticos diferenciais da sesamoidite são:
– Hiperqueratose plantar (calosidade)
– Bursite
– Artrose dos sesamóides
– Infecção
– Sesamóides bipartidos
– Necrose avascular dos sesamóides
Como tratar a Sesamoidite:
O tratamento da sesamoidite pode ser conservador (não operatório) ou em casos refratários pode ser cirúrgico.
O tratamento inicial para as sesamoidites é não operatório. Esse tipo de tratamento é realizado com imobilização local (bota ou sandália rígida) por 6-8 semanas com carga parcial ou com calçados de solados firmes. O uso de medicações analgésicas e antiinflamatórias pode ser útil neste tipo de tratamento também.
No casos refratários ao tratamento conservador, pode ser indicado o tratamento cirúrgico. Existem diversas técnicas cirúrgicas para tratar a sesamoidite e o uso delas dependem de algumas características dos exames de imagem e do paciente.
Dentre as cirurgias possíveis podemos citar a microperfuração dos sesamóides, a sesamoidectomia parcial (retirada parcial de um dos sesamóides) e a sesamoidectomia total (retirada total dos sesamóides).
Caso apresente suspeita ou confirmação de sesamoidite ou quelquer outra doença dos sesamoides, procure seu ortopedista de confiança. Procure de preferência um cirurgião Especialista em Pé e Tornozelo para fazer o diagnóstico preciso e dar o tratamento correto para sua lesão.
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