Dr. Alejandro Zoboli

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Ruptura do Tendão de Aquiles

Ruptura do Tendão de Aquiles

O tendão de Aquiles é um dos tendões mais fortes do corpo humano. Apesar disso, a ruptura do tendão de Aquiles ou tendão calcâneo é a ruptura tendínea mais comum. A incidência desta lesão é de 18 a cada 100.000 pacientes por ano, sendo mais comuns em pacientes do sexo masculino e cuja a idade é entre 30-40 anos. Os principais fatores de risco associados a esta lesão são o uso de antibióticos (ex:quinolonas), injeções tópicas de corticóides e, principalmente, atletas episódicos (atletas de fim de semana).

 

Como ocorre a ruptura do Tendão de Aquiles?

A ruptura do tendão de Aquiles normalmente ocorre após um trauma com a dorsiflexão forçada do tornozelo ou após uma grande tração da musculatura da panturrilha.

Durante a ruptura do tendão o paciente experimenta uma dor súbita e intensa na região posterior do tornozelo.Alem disso, muitas vezes há um estalido (muitas vezes audível) e incapacidade funcional.

Normalmente os pacientes referem a dor da ruptura como a sensação de ter apresentado uma “pedrada” na região posterior da perna.

Quais são os sintomas da ruptura do Tendão de Aquiles?

Após a ruptura do tendão calcâneo, os pacientes apresentam os seguintes sintomas:

  • Dor na região posterior da panturrilha.
  • Dificuldade para caminhar por conta da falta de força do tríceps sural.
  • Edema e um hematoma no local da lesão.

Como fazer o diagnóstico da ruptura do Tendão de Aquiles?

O diagnóstico da ruptura do tendão de Aquiles é iminentemente clínico. O ortopedista, através de uma história clínica e de um exame físico, consegue diagnosticar ca maioria das rupturas do tendão. Caso exista dúvida diagnóstica é possível se solicitar um ultrassom de tornozelo / perna ou uma ressonância magnética do tornozelo.

Após o diagnóstico, como tratar tais lesões?

Uma vez diagnosticada a ruptura do tendão de Aquiles, o tratamento precisa ser instituído. O tratamento pode ser conservador (não operatório) ou cirúrgico (operatório).

Tratamento Conservador:

O tratamento conservador baseia-se no uso de um imobilizador gessado, sem carga, por um período médio de 6-8 semanas. O tornozelo permanece em flexão plantar e progressivamente sendo dorsifletido até atingir os 90º.

Após esse período de imobilização inicia-se o tratamento fisioterápico visando ganho de força muscular, equilíbrio e amplitude de movimento articular. Apesar de não ser um tratamento invasivo e de não apresentar os riscos inerentes ao ato cirúrgico, o tratamento não operatório apresenta índices de alongamento do tendão (e consequente fraqueza) maiores que o tratamento cirúrgico além do desconforto do uso da imobilização e de ficar sem carga.

Tratamento Cirúrgico:

O tratamento cirúrgico das rupturas do tendão de Aquiles, consiste em realizar uma sutura (tenorrafia do tendão) entre os cotos tendíneos rompidos. Desse modo o comprimento do tendão é reestabelecido e o paciente apresenta um risco menor de ter perda de força e um tempo menor de retorno as atividades habituais.

O tratamento cirúrgico pode ser realizado de maneira aberta ou percutânea (minimamente invasiva).

Cirurgia Aberta:

A cirurgia aberta consiste em uma incisão na região posterior do tornozelo (sobre o tendão de Aquiles), exposição do tendão e a tenorrafia do mesmo (sutura-pontos). As vantagens desse método é uma sutura forte e confiável. Entretanto, a ferida operatória na região posterior do tornozelo está susceptível a complicações como deiscências e infecções.

Cirurgia Percutânea:

A cirurgia percutânea consiste na sutura dos tendões através de uma pequena incisão (aproximadamente 3-4 cm). Ela é realizada com auxilio de instrumentos (pinças) especificas para o procedimentos que permitem uma sutura confiável com pequenas incisões.

As vantagens desse método são menores índices de complicações de ferida operatórias (deiscências e infecções).

Entretanto, por ser uma sutura indireta, alguns trabalhos apontam para uma menor confiabilidade e firmeza da sutura.

Complicações

A principal complicação das cirurgias de tenorrafia do tendão de Aquiles são as complicações de pele e partes moles. Essas complicações são as deiscências (não fechamento de feridas) e infecções. Além dessas complicações, podem ocorrer re-rupturas do tendão (associado principalmente ao tratamento conservador), lesões do nervo sural, alongamento e encurtamento do tendão de Aquiles (raro).

Caso apresenta sintomas de ruptura do tendão, procure seu Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo para melhores informações à respeito do melhor tratamento.

Dúvidas ou Sugestões