Pé Torto Congênito (PTC)
O pé torto congênito é uma deformidade dos pés que normalmente é diagnosticada pelo médico pediatra ou ortopedista logo ao nascimento ou, em alguns casos, até antes do nascimento durante o acompanhamento de pré natal através do ultrassom. O pé torto congênito ocorre aproximadamente em 1 de cada 1.000 (mil) nascimentos, sendo duas vezes mais frequente em meninos que em meninas e sendo bilateral (pé torto congênito bilateral) em 50% dos casos.
Qual a causa do pé torto congênito?
Ainda não se sabe qual a causa exata do desenvolvimento do pé torto congênito, entretanto, sabe-se que é uma doença multifatorial, envolvendo fatores maternos e fetais.
Quais são os sintomas dos pacientes com pé torto congênito?
O principal sintoma dos paciente com pé torto congênito é a sua deformidade característica em cavo varo aduto e equino. Além disso, normalmente o pé afetado apresenta um tamanho menor em relação ao pé não acometido e a perna normalmente apresenta uma atrofia muscular (é mais fina) em relação a não afetada.
Qual o tratamento para os portadores de pé torto congênito?
Tratamento não cirúrgico
O tratamento deve começar o mais precocemente possível (preferencialmente nas primeiras semanas de vida) para ter uma maior taxa de sucesso. Durante os últimos 10 a 15 anos, tem-se conseguido cada vez mais êxito na correção do pé torto congênito sem a necessidade de grandes cirurgias corretivas. Atualmente o método de Ponseti tem sido o método de tratamento com maior taxa de êxito. Este método consiste na troca de gessos seriados, semanais, durante 6-7 semanas, gradativamente corrigindo a posição do pé. Uma vez que o pé tenha sido corrigido, muitas vezes é necessário realizar um pequeno procedimento cirúrgico (tenotomia percutânea do tendão de Aquiles) e a criança volta a usar gesso por 3 semanas e posteriormente passa a usar uma órtese corretiva até os 3-4 anos de idade. Inicialmente essa órtese é usada por 23 horas por dia e posteriormente apenas durante a noite.
Tratamento Cirúrgico
Em alguns casos o tratamento com gessos seriados não é o suficiente para corrigir o pé ou há recidiva da deformidade, sendo necessário o tratamento cirúrgico. A cirurgia de pé torto congênito consiste, na maioria dos casos, em realizar liberações de partes moles ( tendões, ligamentos, músculos), posicionar o pé na posição adequada e fixar com algum tipo de dispositivo, normalmente fios de Kirchner. Mesmo após a cirurgia, um gesso mantém o pé na posição adequada enquanto as partes moles cicatrizam. Entretanto, a cirurgia muitas vezes produz um pé mais rígido que o tratamento não cirúrgico, em especial, no decorrer dos anos. Pacientes com pé torto congênito que não realizaram nenhum tipo de tratamento, normalmente evoluem com uma incapacidade funcional severa. Com tratamento adequado, a criança deverá ter um pé muito perto do normal. Ele ou ela poderá correr e brincar sem sentir dor, e usar sapatos normais. Entretanto, o pé corrigido não será igual a um pé normal e, como citado anteriormente, muitas vezes é levemente menor, mais rígido e com uma hipotrofia da panturrilha.
Perguntas frequentes:
O que esperar do Pé Torto Congênito após o tratamento / cirurgia?
O objetivo do tratamento do Pé Torto Congênito seja pelo método de Ponsetti ou por outros métodos, é prover ao paciente um pé plantígrado, indolor e que permita ao paciente realizar suas atividades do dia-dia sem maiores restrições.
Pela própria gênese da doença, os pacientes portadores de Pé Torto Congênito, por melhor tratados que sejam, sempre vão apresentar algumas características como atrofia parcial da musculatura da panturrilha do membro acometido e algum grau de restrição (preferência) ao uso de determinados tipos ou modelos de calçados. É importante ressaltar que essas características não impedem os paciente de apresentarem uma vida normal e com ótima qualidade de vida.